quarta-feira, 26 de março de 2008

MEDO DE NUVEM E VENTO

(baseado em Mário Quintana)

Medo de nuvem
Medo de vento
Medo do mundo
Medo do medo

Medo da nuvem
Que vai se abrindo
Qque não se sabe
O que vai saindo

Medo do vento
Que vai soprando
Que não se sabe
O que vai dizendo

Medo do gesto mudo
Medo da fala surda
Que vai movendo
Que vai dizendo
Que não se sabe
Que bem se sabe
Que tudo é nuvem
Que tudo é vento


.

(sem nome)

(escrito em 1993)



Meia hora

inteira passa

fazendo do passado feito.



Já não há respiro,

só sobrou um tiro

que soprou no ar.



Só precisou o dedo,

não há mais defeito,

nem porque falar.


.

Sentidos

(escrito em 1997)


abre os olhos e ouça,

lmpa os ouvidos e sente,

lava as mãos e cheira,

respira fundo e vê

o que o amor faz aos sentidos...


.

Sem Fim ?

(escrito em 1993)



Abre os olhos.

Vê o que restou ?



Canta tua sorte

Sem um tempo de alegria;

Grita tua dor

Com um silêncio de loucura;

Quebra uma promessa

Com a força de quem jura;

E aquece o que restou

Com o gelo d'alma fria.



Não há mais lugar pra ti...

Quem se importa ?

Qual será o fim da história

Que um dia não teve fim ?


.

AULA

(escrito em 1989)

Soma de letras

Diminuição de quantias

Multiplicação de conhecimentos

Divisão das classes

.

CONJUGADO

(escrito em 1994)

Sou um Futuro do Pretérito.

Imprefeito é meu passado...

E o meu Presente, de Indicativo só tem o modo.


.