terça-feira, 5 de maio de 2015

O dia que virei case.

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Aeroporto, trânsito, pressa, uma coisa leva a outra: atraso.

A produtora tenta me tranquilizar: "O cliente ainda não chegou... te esperamos na recepção do 8o. andar."

Estacionamentos lotados, não tem vaga na rua, taxista me dá luz alta e me xinga.

Posto de gasolina, loja de conveniência, frentista bacana: "depois a gente acerta!"

Duas quadras, Whatsapp: to chegando!

Garoa chata, prédio bacana, piso de mármore, gordinho atrasado correndo‪#‎plaquinhaamarelapraquê‬?

Escorregão! Leve como uma pena...

A bunda dói. Tudo gira. A cabeça dói! Tudo gira. Queria ser invisível.

Todo mundo rindo. Executivo segura a risada, larga a mochila e ajuda o gordinho a levantar...

Vergonha, agradecimento, credenciamento, constrangimento, elevador, finalmente 8o. andar!

Equipe em pé morrendo de rir com o cliente que acabava de contar como ajudou um gordinho a se levantar na recepção: "Tadinho... tava correndo, parecia atrasado, não viu o aviso do piso molhado e caiu!"

Virei case.


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SONHOS - 2

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Sonhei que sonhava meus sonhos.

Então, para não esquecê-los quando acordasse, passei a amarrá-los com caneta em um caderninho velho que eu deixo ao lado da cama.

Quando acordei, corri pra pegar o caderninho e ir desamarrando um a um os coitadinhos.

Não deu certo. Nas páginas do caderninho só encontrei as velhas linhas e manchas esquecidas.

Percebi que os sonhos que eu sonho não se deixam aprisionar... Meus sonhos não passam de rabiscos e desejos que nem eu mesmo entendo.



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SONHOS - 1

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Tinha tantos sonhos que já não dormia.

Foi assim que os pesadelos passaram a assombrá-lo.


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