quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Palavras

"Nem só de pão viverá o homem..."

Palavras são limites

Limites são palavras

Palavras são caminhos
Caminhos são palavras

Palavras são viagens
Viagens são palavras

Palavras são mistérios
Mistérios são palavras

Palavras são revelações
Revelações são palavras

Palavras são limites
Limites são palavras

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aquilo

Um misto de conto e crônica bem curtinho que escrevi.

Já não havia sentido continuar com aquilo.

Ela mal chegava em casa e já sentia que aquilo era demais para ela.

Toda vez que ele começava com aquilo, ela sabia: nada valia aguentar aquilo.

Aquilo dava a ela vontade de vomitar.

A primeira vez que ele fez aquilo, ela quase nem percebeu. Não deu nem tempo de pensar. Quando viu, ele já tinha feito.

Eles se conheceram muito jovens e logo engataram o namoro. Aquilo fazia parte de um lado oculto dele que ela não conhecia. Logo se tornou um segredo dos dois. Ela não gostava, sentia nojo, mas, por amor, suportava tudo aquilo calada. Suportou por muito tempo, mas agora já não aguentava mais.

A vontade dela era sair gritando, revelando a todos o segredo podre dele. Mas e a vergonha? Todos saberiam o que ela tem acobertado por tanto tempo. Ela era cumplice.

E como lidar com o fato de que, por muito tempo, ela também chegou a se divertir com aquilo. Fez até piada. Provocou. Pediu. E ela mesma, muitas vezes também fez aquilo.

Aquela noite era diferente. Vinte e cinco anos de casamento mudam qualquer um. Ela estava diferente. Havia voltado da terapia muito certa de si. Sabia que nunca mais iria mais tolerar aquilo. Era a hora do basta!

Entrou em casa e era evidente que ele estava fazendo aquilo. Ela queria vomitar. Juntou forças e foi até a sala. Ele estava lá, com seu prazer mórbido e sua alegria suja.

Ela estava muito nervosa, quase não respirava. Num ímpeto de coragem colocou pra fora todos os anos de constrangimento, humilhação e angústia.

Olhando firmemente nos olhos dele, sentindo a garganta apertada e os olhos ardendo, ela finalmente disse:

- Não aguento mais viver assim! Não aguento mais você com isso! Pelo amor de Deus, quer peidar, vai pro banheiro!



terça-feira, 14 de maio de 2013

Rir até a barriga doer


a criança e o velho em mim

"Rir até a barriga doer."

Ouvi essa frase essa semana quando conversava com um amigo sobre coisas que gostávamos de fazer quando éramos crianças.

Essa semana completei 44 anos.

Percebi que realmente estou ficando velho pois, ao assistir um vídeo de um humorista famoso, comecei a rir, rir, rir, até que comecei a sentir dor na barriga.

Como eu ria descontroladamente, minha reação no meio de tanta risada, foi escrever no Tablet "Liga 193 e chama a ambulância" pois, dentro de mim eu pensava "Será que a dor é na barriga ou no peito? Eu tenho que me controlar senão vou acabar tendo um infarto!"




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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Beleza, Alegria e Vida

Porque é assim...

Efêmera, fugaz, frágil, genuína, transitória, singela, impalpável, passageira, breve, delicada, fugidia, intangível, vulnerável, ligeira...

Assim é a beleza aos olhos de quem vê... assim é a alegria no coração de quem sente... assim é a vida.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Salvo.


1a. Versão postada em: https://www.facebook.com/george.saguia/posts/10200365813774846?

Chovia.

Era a tempestade mais assustadora da minha vida. Estrondos chacoalhavam meu corpo enquanto eu procurava abrigo.

Não conseguia ver direito onde estava. Meu celular não iluminava o suficiente para que eu reconhecesse algo ao meu redor. Eu só sabia que precisava sair dali.

Foi quando eu comecei a perceber que além da chuva e dos trovões havia um som. Fininho, baixinho, quase um sussurro. Algo não estava certo.

Apurei o ouvido, me concentrei.

Palavras! Alguém estava falando!

Estiquei o pescoço, como se fosse uma antena, tentando uma posição pra ouvir melhor.

A chuva foi diminuindo. O céu foi clareando. E um amoroso "Papai, quero mamadeira" me acordou e me salvou.